Lista de investimentos mais buscados tem um novo (velho) líder; veja ranking

em Valor Investe, 13/julho

Apesar da bolsa continuar de vento em popa neste ano, Selic em alta coloca ativo de renda fixa como o queridinho.

Com o bom desempenho do Ibovespa no ano, as ações até conseguiram tomar o lugar da renda fixa na lista de ativos mais buscados pelos investidores. Mas o movimento durou pouco tempo. A Selic em 15% ao ano fez com que um investimento mais conservador voltasse ao topo do ranking. Segundo o levantamento mensal do Yubb, no mês de junho os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) reassumiram o posto de investimentos mais procurados na internet.

Os CDBs lideraram esse ranking a maior parte de 2024 e de 2025 e, após perderem a posição em maio, eles voltaram a liderar as buscas no mês de junho. E esse movimento pode ser explicado pela última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No meio de junho, o comitê optou por aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros subiu para 15% ao ano, o maior valor desde junho de 2006.

E quanto maior a Selic, maior o rendimento de muitos ativos de renda fixa. Afinal, a rentabilidade desses produtos costuma ser indexada à taxa básica de juros.

Mas isso não significa que a renda variável saiu do radar. Pelo contrário. Com o Ibovespa registrando mais de 15% de alta no primeiro semestre, as ações continuaram na mira dos investidores. Não à toa, o segundo lugar do ranking continuou sendo ocupado pelos fundos de ações. Já as ações em si, ocuparam a terceira colocação.

Os fundos multimercados continuaram ocupando a quarta posição, o que mostra o comportamento mais propenso a riscos, ainda que com parcimônia, por parte dos investidores.

Depois, voltam a surgir ativos de renda fixa, com os títulos públicos negociados no Tesouro Direto, que seguiram na quinta posição, e as letras de crédito imobiliário (LCIs) e as letras de crédito do agronegócio (LCAs), que saíram da sétima para a sexta colocação.

Os fundos de índices (ETFs), que sequer apareceram na lista de maio, ocupam a sétima posição em junho.

Por fim, quem completa a lista são as letras de câmbio (LCs) e os Recibos de Depósito Bancário (RDBs), que caíram da sexta para a oitava posição, os fundos de renda fixa, que subiram da décima para a nona, e os fundos imobiliários (FIIs), que fizeram o caminho oposto e caíram da nona para a décima.

Ativos mais procurados de junho

  1. CDBs
  2. Fundos de ações
  3. Ações
  4. Fundos multimercado
  5. Tesouro Direto
  6. LCIs e LCAs
  7. Fundos de índices (ETFs)
  8. LCs e RDBs
  9. Fundos de renda fixa
  10. Fundos imobiliários
    Fonte: Yubb

Entenda como funciona cada um dos investimentos mais procurados

1º - CDBs

Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) são como um "empréstimo" do investidor ao banco emitidor daquele ativo. A forma de rentabilidade mais comum é atrelada ao CDI (Certificado Depósito Interbancário, taxa que segue de perto a Selic). Os bancos maiores e mais tradicionais geralmente oferecem uma remuneração abaixo ou até 100% do CDI para produtos com liquidez, por terem menor risco. Os bancos pequenos e médios, por outro lado, podem pagar até mais de 120% do CDI. Essa rentabilidade é pré-determinada. Portanto, você sabe o tamanho da parcela que receberá sobre o CDI no momento em que investir.

Há também os CDBs pós-fixados e os que pagam um juro real acima do IPCA. Nesses dois casos, o investidor costuma abrir mão de liquidez em troca de uma perspectiva de ganho levemente acima do CDI.

2º - Fundos de ações

Como o próprio nome sugere, esses fundos têm a maior parte de sua "cesta" composta por ações escolhidas por aquele gestor.

3º - Ações

As ações negociadas na bolsa de valores são como "pedaços" daquela empresa. Portanto, ao ser acionista de uma companhia, o investidor é dono de uma pequena parte dela. As ações podem ser preferenciais (PN) ou ordinárias (ON).

Quem tem ações ordinárias tem direito de voto nas assembleias de acionistas. Normalmente os acionistas recebem um voto por ação para eleger os membros do conselho que supervisionam a administração. Já quem tem as ações preferenciais, tem maiores direitos sobre os lucros e ativos de uma empresa.

4º - Fundos multimercados

Os fundos multimercados funcionam como uma "cesta de ativos" que reúne diferentes tipos de papéis dentro dela, como ações, títulos públicos, dólar, contratos de juros etc. Eles são escolhidos por um gestor profissional, que é remunerado com parte das taxas que os investidores pagam para ter o seu dinheiro naquele fundo.

5º - Tesouro Direto

Os títulos públicos negociados pela plataforma on-line do Tesouro Direto nada mais são do que títulos de dívida emitidos pelo governo. Na prática, eles são como um empréstimo do investidor ao próprio governo brasileiro para financiar suas atividades. O governo, por sua vez, vai devolver o valor no futuro, acrescido de juros.

Os títulos do Tesouro podem ser prefixados (em que o rendimento nominal já é determinado na hora da compra), pós-fixados (em que o retorno é atrelado à Selic, seja ela qual for) ou híbrido, com uma parcela pós-fixado indexado ao IPCA (no qual o rendimento acompanha a variação da inflação) mais um componente de juro real fixo.

6º - LCIs e LCAs

As letras de crédito imobiliário (LCIs) e as letras de crédito do agronegócio (LCAs) são títulos de crédito emitidos por instituições financeiras para financiar atividades do setor imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA).

7º Fundos de índices (ETFs)

Esses fundos costumam ter gestão passiva e acompanham a composição de um determinado índice negociado na bolsa brasileira ou estrangeira. Esses índices podem ser de ações ou renda fixa. Os ETFs, por sua vez, são negociados em bolsa e podem ser comprados e vendidos como uma ação, por exemplo. Justamente por ter gestão passiva (ou seja, "exigir menos trabalho do gestor") eles costumam ter uma taxa de administração mais barata para os investidores.

8º - LCs e RDBs

As letras de câmbio (LCs) e os Recibos de Depósito Bancário (RDBs) têm uma lógica semelhante à dos CDBs. Mas nesse caso, eles são emitidos por instituições financeiras que não são bancos tradicionais, e normalmente não dão liquidez antes do vencimento. Portanto, o investidor precisa esperar finalizar o prazo para ter seu dinheiro de volta

9º - Fundos de renda fixa

Como o próprio nome sugere, esses fundos aplicam em ativos de renda fixa, principalmente em títulos de dívida, como os do governo ou de empresas. Os gestores escolhem os papéis com base em critérios de segurança e rentabilidade.

10º - Fundos imobiliários

Esses fundos funcionam como uma espécie de “condomínio” de investidores que reúnem seus recursos para aplicar, juntos, no mercado imobiliário.

O montante pode ser usado na construção ou compra de imóveis, que depois serão alugados ou arrendados e os ganhos obtidos nisso são divididos entre aqueles investidores, respeitando a proporção que cada investidor aplicou. Esses são chamados "fundos de tijolo".

Há um outro tipo em que o dinheiro é aplicado em títulos ligados ao mercado imobiliário, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ou até mesmo em cotas de outros fundos imobiliários. Esses tipos são chamados de "fundos de papel".


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