Financiamento de imóveis agora tem novas regras para quem é classe média
em Revista Forum, 20/outubro
No cenário brasileiro de 2025, o financiamento de imóveis passa por modificações relevantes, alterando significativamente a dinâmica de acesso à casa própria. O governo federal, por meio de novos critérios para o crédito habitacional, busca atender uma parcela da população até então pouco contemplada: trabalhadores cuja faixa salarial está acima do limite do Minha Casa, Minha Vida, mas que ainda encontram desafios para obter financiamentos em condições acessíveis. As alterações visam ampliar oportunidades, ao mesmo tempo em que movimentam o setor da construção civil e fortalecem a economia.
Essas diretrizes incluem um incremento importante no volume de recursos disponíveis, prometendo dar fôlego ao segmento e abranger demandas de diferentes perfis de renda. O foco da medida está, sobretudo, em profissionais que recebem salários mensais entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. Para eles, que ficavam restritos a juros de mercado mais elevados, o novo pacote habitacional representa uma possibilidade real de concretizar o sonho do imóvel próprio em condições mais favoráveis e menos restritivas.
Como funcionam as novas regras para o financiamento imobiliário?
Com a atualização, o limite de valor de imóveis a serem financiados dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foi ampliado, passando de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Outra mudança envolve o percentual financiado pela Caixa Econômica Federal, que agora cobre até 80% do valor do imóvel, antes, esse teto era de 70%. Isso implica em redução significativa do valor da entrada, tornando o financiamento mais acessível para famílias de classe média.
O pacote também contempla uma taxa de juros regulada de até 12% ao ano, patamar inferior à taxa Selic de 15% vigente em 2025. Outro ponto de destaque é a possibilidade de utilização do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) tanto para o pagamento da entrada quanto para a amortização do saldo devedor, o que pode fazer diferença substancial no orçamento do comprador de imóveis.
Quais impactos acontecem nas regras da poupança e no setor imobiliário?
O eixo dessa reforma não se limita às estatísticas do SFH. O novo modelo altera fluxos financeiros tradicionais do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Agora, percentuais antes mantidos como depósitos compulsórios pelos bancos, recursos obrigatórios destinados ao Banco Central passam a ser direcionados diretamente ao crédito habitacional. Até 2026, essa transição será progressiva: o índice do depósito compulsório diminuirá de 20% para 15%, liberando valores substanciais para financiamentos imobiliários.
A partir de 2027, haverá uma flexibilização ainda maior. A obrigação que determina que 65% da poupança seja direcionada à habitação será extinta. Além disso, os depósitos compulsórios deixarão de existir, o que permite que os bancos utilizem até 100% dos recursos da poupança para operações de financiamento imobiliário. Segundo estimativas governamentais, essas medidas poderão injetar cerca de R$ 111 bilhões no sistema até 2027, impulsionando não só a compra de casas, mas também setores relacionados, como o da construção civil.
Quem pode se beneficiar e quais imóveis entram nas novas condições?
As novas condições abrangem tanto imóveis novos quanto usados, desde que o valor negociado esteja dentro dos limites estabelecidos pelo SFH. Além disso, há sinalização do governo sobre planos para criar linhas de crédito específicas para reformas residenciais, especialmente para famílias com renda mensal de até R$ 9,6 mil. Embora este segmento esteja em fase de análise, a perspectiva é de que seja oferecido crédito de até R$ 30 mil, com juros reduzidos, para melhorias na moradia própria.
De acordo com autoridades federais, essas mudanças atendem uma faixa da população muitas vezes desassistida por políticas de habitação anteriores. Enquanto o Minha Casa, Minha Vida continua atendendo famílias com renda de até R$ 12 mil, as novas medidas buscam preencher lacunas e permitir que mais brasileiros tenham acesso ao financiamento com taxas e prazos mais ajustados à realidade do mercado. O setor espera que a adesão crescente a esses novos modelos estimule não apenas a aquisição de imóveis, mas também gere empregos e dinamize a economia nacional.
Quais são as vantagens para quem deseja financiar um imóvel em 2025?
Entre os principais benefícios destacados nas novas regras de financiamento imobiliário, estão:
- Aumento do valor financiável: Imóveis de até R$ 2,25 milhões passam a ser contemplados, ampliando o leque de possibilidades para o comprador.
- Redução do valor de entrada: Com o percentual financiado pela Caixa subindo para 80%, o montante necessário como entrada diminui.
- Juros mais baixos: A taxa máxima regulada de 12% ao ano representa uma economia significativa em relação à média de mercado.
- Uso do FGTS: A possibilidade de utilizar o saldo do FGTS traz maior flexibilidade e potencializa o acesso ao crédito.
- Facilitação para reformas: O estudo de linhas de crédito para reformas residenciais pode beneficiar milhares de famílias que buscam melhorar sua atual condição de moradia.
No contexto atual, o mercado imobiliário brasileiro passa a contar com mecanismos mais inclusivos para aquisição de imóveis, acompanhando as necessidades das famílias e as mudanças na economia. A expectativa é que as novas regras de financiamento tragam impactos positivos de longo prazo, ampliando o acesso à moradia e incentivando a movimentação do setor habitacional no país.
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