Um dos clubes mais tradicionais da Barra da Tijuca, o Marapendi pode, em breve, ganhar novos vizinhos dentro de seus próprios limites. A Câmara do Rio aprovou, nesta quarta-feira (05/11), uma emenda que autoriza a construção de unidades residenciais no terreno do clube, uma área de cerca de 200 mil metros quadrados às margens da Lagoa de Marapendi, considerada uma das mais nobres da região.
A mudança faz parte do novo pacote do “mais valerá”, programa da Prefeitura que permite ampliações e alterações de uso em terrenos privados mediante o pagamento de contrapartidas financeiras ao município.
A emenda, proposta pelo vereador Márcio Ribeiro (PSD), líder do governo na Casa, permite que o clube utilize o mesmo instrumento da Operação Urbana Consorciada do Parque Olímpico para erguer prédios residenciais. Segundo o texto, pelo menos 20% da área original deverá ser preservada para atividades esportivas e de lazer.
Fundado em 1964, o Clube Marapendi foi uma das primeiras ocupações da Barra, ainda nos tempos em que a região era mais isolada e cercada por restingas. Era muito frequentado por moradores da Grande Tijuca e da Zona Sul. Cercado de bosques e quadras, o espaço abrigou competições importantes, entre elas, partidas da Copa Davis e torneios de tênis do Pan-Americano de 2007. Hoje, o local mantém estrutura com piscina semiolímpica, academia e salão de festas. O espaço já viveu dias mais movimentados.
Demais espaços da Barra incluídos
Com a nova autorização, o clube passa a integrar ao grupo de áreas da Barra liberadas para uso residencial. Outras emendas aprovadas no mesmo projeto beneficiam o Hotel Vogue Square, que poderá converter parte de seus quartos em apartamentos, e dois terrenos originalmente destinados a escola e creche, um deles na Avenida das Américas. Áreas como o estacionamento do BarraShopping, do Carrefour e do Assaí também já foram incluídas pelos parlamentares.
O texto, parte da segunda edição do “mais valerá”, ainda precisa ser sancionado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). O programa prevê que os empreendimentos paguem uma contrapartida calculada com base na área construída e no valor do IPTU, como forma de compensação urbanística.
Segundo Paes, o objetivo é modernizar as regras de construção e estimular o aproveitamento de áreas hoje subutilizadas. O prefeito tem dito que o Rio ainda adota um modelo antigo de urbanismo, baseado em zonas de uso restrito e grandes vazios urbanos.